Nós, os clones e a produtividade

“Não dá para entender Fulano”. “Sicrano é tão esquisito”. “Beltrano é inesperado”.

Troque os nomes e vai encaixar alguém aí.

Nos “surpreendemos” com as diferenças comportamentais, de opinião, formas de falar, de andar…

O surpreendente seria acordar ao lado de alguém idêntico a nós memos. Tomar café na padaria com toda a clientela saindo do nosso espelho. E chegar no trabalho e descobrir que nossos colegas são réplicas oriundas de uma impressora 3D humana.

Felizmente este pesadelo não existe e não vivemos num mundo de clones. O que choca é querermos colocar as pessoas numa forma, querer moldar o comportamento dos indivíduos à nossa “imagem e criação”. Perda de tempo.

Na teoria pouquíssima gente admite que gostaria que as pessoas fossem como elas. Na prática… Bem, na prática, a irritação, frustração, necessidade de controle, manipulação, e apego a “nossos padrões” mostra uma verdade diferente. Perda de energia.

E se gostaríamos de ver o mundo como um reflexo de nós mesmos, provavelmente é porque queremos ver o reflexo daquilo que gostamos. E que tal se o mundo fosse um reflexo das nossas facetas menos apreciáveis ou desprezíveis?

Que tal um mundo ainda mais mal humorado, preguiçoso, ganancioso, mesquinho, arrogante, procrastinador, desleal, e supercrítico? Perda de produtividade.

Se você não mora numa caverna acessando seu wi-fi sabe-se lá de onde, então você trabalha, convive ou interage com outras pessoas.

Quer ganhar produtividade? Faça um bolo.

Receita de bolo para elevar a produtividade ao interagir com pessoas.

  1. Aceite como as pessoas estão. As pessoas não “são”. Elas estão. Pessoas mudam, comportamentos mudam, mas não temos controle disso. No máximo, temos influência. Aceitar as pessoas como estão economiza uma boa dose de energia mental e psíquica. Como consequência, temos mais disposição para fazer o que funciona.
  2. Entenda o ponto de vista das outras pessoas. Se você acha que está certo, pode apostar, a outra pessoa também tem o direito de achar. E é possível que você possa aprender algo com este outro ponto de vista. Talvez os dois estejam certos. Ou talvez, nenhum dos dois esteja. Conversando, amigavelmente, irão chegar num acordo em menos tempo, com menos frustração e menos cortisol.
  3. Conheça os motivadores e necessidades dos demais. Se você investir um tempo para entender o porquê das pessoas se comportarem como se comportam, provavelmente vai ganhar muito tempo no futuro. Como? Motivando as pessoas da forma que funciona para elas (e não da forma que funciona para você) você evita conflitos no futuro.
  4. Escolha quando “bater o pé”. Ser teimoso sempre não vale a pena. Ou seja, escolha quando manter sua posição. Se precisa garantir que algo seja feito de uma determinada maneira por questões de urgência, relevância ou domínio técnico (você é o/a cara e ninguém mais é), este é o momento para “bater o pé”. Mas vai por mim, esta é a exceção e não a regra.
  5. Não guarde ressentimentos. Não temos clones, lembra? Então é natural nos ressentirmos com comportamentos “absurdos” 🙂 Agora, como seria se todos guardassem ressentimentos dos nossos comportamentos “absurdos”? Então, comece com você e dê exemplo. Se algo que aconteceu, aprenda com isso e esqueça. A vida segue.

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Carlos Hoyos é empresário, especialista em elevação de performance executiva/empresarial. Ajuda empresários e influenciadores a desenvolverem suas empresas, negócios e carreiras. Já liderou equipes e projetos multidisciplinares, multi-sites e multi-culturais na IBM Estados Unidos e Motorola Brasil.

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